O guerreiro
Cavalgando numa
estrada desconhecida, sozinho, o guerreiro pensa nos seus últimos momentos, nas
guerras que tanto idolatrava e se sacrificara. Pensa nos motivos e princípios
que tanto o penetrou e o protegeu. Sabe que perdera, praticamente tudo. Sabe
que tudo fora uma ilusão. Por quê? Pensara ele, Por quê? justo isso, que fizera para dar errado. Seria
sua culpa? Falta de fé? Ou simplesmente se enganara?
Não sabia mais no
que crer...cavalgando mais rápido para fugir dos pensamentos e da angústia.
Pela floresta, ia para qualquer caminho, afinal, perdera até o sentido da vida
e pelo caminho que devia seguir.
Pessoas iam
aparecendo e o observava, como, elas pensara, ele chegara a esse ponto de
vislumbrar tanto terror no olhar? Elas não o conheciam, não sabiam sua
história, apenas o julgava, era mais fácil claro.
Passando por elas, o
guerreiro nem quisera ajuda, apenas queria sair de lá, de qualquer lugar,
queria fugir para um lugar que sumisse seus pensamentos, seu passado. Mas onde?
Não sabia. Apenas chorava por dentro, e percebia que quanto mais fugia da realidade,
mais ela batia na sua cara para não se perder.
Cavalgando mais
rápido, passando pela ponte de concreto cinza e velha, parara ali, via as águas
a passar calmamente , sentira atraído pelo nada. Subira e pulara da ponte como
um anjo que perdera suas asas numa triste guerra ingrata, no entanto, anjos não
morrem, apenas sobrevivem. Ao cair da ponte, desmaiara, mas fora resgatado por
um jovem homem que passara lá.
O levara para casa,
cuidara e quando acordou percebeu a nova chance que céus e terras o dera para
batalhar e não se perder novamente nas incertezas que pairavam neste desolado
mundo, afinal, é a esperança que move o homem para a luta.
JRM
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